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Por Juliana Magano
O gigante asiático enfrenta problemas por causa da deflação!
Se por aqui na América do Sul, percebemos a luta contra os impactos da inflação, do outro lado do mundo, enxergamos o cenário contrário. A China, parceira econômica do Brasil e membro dos BRICS está enfrentando um fenômeno chamado DEFLAÇÃO.
Trocando em miúdos, a deflação é a queda generalizada dos preços. Isso gera preocupação na população, bem como nos investidores e comerciantes. A China apresenta essa queda em um ritmo mais rápido do que o habitual há três anos. Só em novembro de 2023, os preços caíram 0,5% em relação ao mesmo período de 2022.
A deflação na China é dada tanto pela acomodação no preço das commodities energéticas e alimentícias, quanto pela redução na demanda interna do país, que vêm sendo prejudicada desde o início da pandemia de covid-19.
O grande problema é que, a redução na atividade econômica é a causa e a consequência da deflação, porque a redução nos preços leva ao represamento de consumo e investimento. Dessa maneira, o Governo Chinês pode ser forçado a implementar cada vez mais estímulos.
Hora da bóia!
O setor de alimentos foi o mais afetado, apresentando queda de 4,3%. A carne suína, proteína altamente consumida por chineses, teve seu preço reduzido em 32% no último mês. Já as exportações, que deveriam alavancar a economia chinesa e trazer capital estrangeiro para o país, subiram apenas 0,5%, em novembro.
Mas, por que isso é tão ruim?
Por mais que, para os consumidores, preço baixo seja sinônimo de oportunidade, fazer disso uma constante pode ser prejudicial à economia. Se você sabe que, amanhã, o preço estará mais baixo, não comprará hoje. Correto? E é isso que está acontecendo na China. Os compradores e investidores estão adiando os planos à espera de preços melhores.
Isso acaba gerando um ciclo vicioso: se os gastos estão diminuindo, os lucros também caem. Com a queda do lucro, as empresas precisam demitir funcionários. Se as pessoas não têm emprego, não podem comprar.
Como solução desse dilema, o Banco Popular da China planeja inserir na economia um novo pacote de estímulo fiscal, além de emitir 1 trilhão de yuans (US$137bi), em dívida para apoiar a economia.
As expectativas de crescimento para 2023 e 2024 são, respectivamente, 5,4% e 4,6%. Será que o gigante adormeceu?
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