Frutas raras ganham espaço no mercado e chegam a custar R$2 mil!
Por Juliana Magano
O mercado de luxo vem crescendo cada vez mais em todo o mundo. Aqui, não se trata apenas de gastar uma quantia exorbitante de dinheiro em um único item, mas de fazer parte de um grupo exclusivo de pessoas que podem adquirir um produto que carrega exclusividade, qualidade, excelência, tradição e sofisticação.
O setor vem há anos batendo recorde atrás de recorde em vendas, e terminou 2023 com os melhores resultados de sua história. Estima-se que esse mercado movimentou uma receita total de US$ 1,64 trilhão no ano – uma alta de US$ 175 bilhões em relação a 2022 (12%).
Os consumidores de luxo somam cerca de 20 milhões de pessoas no mundo – um grupo inferior ao número de habitantes de São Paulo (22 milhões). Mas, gastam cerca de R$ 1,86 trilhão ao ano (310 bilhões de euros ou US$ 330 bilhões), valor semelhante ao PIB de Hong Kong (43º lugar entre as maiores economias globais, segundo o Banco Mundial) e quase 50% superior ao PIB de Portugal. Especialistas apontam que, mesmo ainda se recuperando dos baques causados pela pandemia, o setor de luxo ainda deve terminar 2024 com alta de 40%.
Pera, uva, maçã ou salada mista?
Você pagaria mais de 2 mil reais por uma fruta? Isso mesmo, depois do mercado de carros, roupas, bolsas e joias de luxo, apresento a vocês o setor de “frutas de luxo”. Uma reportagem recente do The New York Times mostrou que as empresas têm investido na busca por sabores e aparências, além de detalhes e embalagens que ofereçam a consumidores seletos experiências únicas.
O mais novo “queridinho” entre os abacaxis de luxo é o Rubyglow, lançado em 2024 após 16 anos de desenvolvimento. Com sua casca externa vermelha e polpa amarela doce, ele é cuidadosamente embalado em uma caixa vermelha dobrável, com pequenos orifícios para que a fruta possa respirar e se manter fresca por mais tempo. A fruta é vendida pela bagatela de US$396 – R$2.140. Em um primeiro momento, você pode até pensar “eu jamais pagaria esse valor por um abacaxi”, mas esse artigo de luxo chegou a ter as vendas esgotadas e ganhou até fila de espera nos Estados Unidos.
Mas, se você não quer pagar esse valor, outra opção oferecida pelo setor é o abacaxi Pinkglow, cultivado na Costa Rica, que foi geneticamente modificado pelo Fresh Del Monte para conter uma polpa cor-de-rosa e baixa acidez. Ele começou a ser vendido em 2019 por US$50 – R$270 – e agora custa cerca de US$29 – R$157 – dependendo do tamanho. Outra opção acessível é o Elephant Green Gold, de polpa branca e baixa acidez, vendido por US$26 – R$140. Um fato curioso é que todos esses abacaxis são vendidos sem as coroas, que poderiam ser usadas para cultivar mais frutas.
Outro exemplo das frutas de luxo é o melão solitário (Crown Melon), cultivado em uma videira onde todos os outros frutos foram podados, a fim de gerar uma fruta extra doce e exclusiva. Ele vem envolto em uma rede de espuma para proteção é vendido por US$156 – R$843. Mais em conta, né?
“Não me importo de pagar caro por comida boa!”
Pode parecer um pouco extremos pensar em tais cuidados com itens com baixa vida útil, mas o valor da experiência não está ligado também à fugacidade do momento? Mesmo com uma validade menor do que itens duráveis, o sabor proporcionado pelo status de exclusividade, cuidado e, por que não, luxo, compensam os valores elevados para os consumidores do setor.
O mercado de luxo se tornou um fenômeno global e, hoje, você pode ter quase tudo que quiser. Aqui no Brasil, também não é diferente. O mercado brasileiro de luxo movimentou R$74 bilhões em 2022 e deve crescer de 6% a 8% ao ano até 2030, quando poderá atingir R$ 133 bilhões de faturamento.
Por mais que essa tendência de frutas de luxo esteja estourando lá na América do Norte, em breve poderá migrar aqui para o Sul. Por isso, queremos saber a sua opinião! Pagaria esses valores para ter uma salada de fruta de luxo? Ou ainda existem outras experiências que valem mais esse dinheiro?
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