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Jovens estão investindo, mas não no que você imagina.
Por Julia Gonzatto
Os hábitos de consumo são cíclicos e se adaptam ao tempo, idade, gênero e classe social de cada um. Estudar como esse interesse impacta na economia e no mercado é algo que muitos especialistas já fazem. Mas, quando falamos não sobre gastos, mas sobre o ato de investir, essa verdade ainda se mantém? Os hábitos de investimento também mudam e de adaptam a esses mesmos fatores?
Foi com esse questionamento em mente que o Bank of America realizou um estudo com mais de mil norte-americanos de alto patrimônio líquido (que tenham pelo menos US$3 milhões investidos em suas carteiras). Tudo para tentar responder: quando não consomem, como os integrantes da Geração Z e Millenials investem seu dinheiro?
Mais de 70% dos investidores entre seus 21 e 43 anos não acreditam na possibilidade de retorno acima da média investindo apenas em ações e títulos tradicionais. Consequentemente, quase 31% dos seus portfólios se concentram em investimentos alternativos – entre eles, private equity, commodities, imóveis e outros ativos tangíveis. Em comparação, apenas 28% dos investidores acima dos 44 anos compartilham esse sentimento em relação às ações e títulos tradicionais.
E não para por ai. Entre os entrevistados mais jovens, 93% afirmam que desejam aumentar o seu percentual de investimentos alternativos nos próximos anos.
O Bank of America também revela que, entre os produtos financeiros, o que a Geração Z acha mais promissor são as criptomoedas. Uma pesquisa da Policygenius realizada em outubro de 2023 revelou, inclusive, que 20% dos da Geração Z investem em criptomoedas e/ou NFTs, enquanto apenas 18% afirmam possuir ações.
Mas por que isso acontece? Será que as ações em bolsa se tornaram muito cringe para eles?
O principal culpado é a “falta” de tempo. Em suma, as gerações mais novas não possuem paciência para esperar que suas riquezas aumentem em ritmo “normal”. A pressa está constantemente ao seu lado. E, às vezes, tomar mais risco para conseguir o resultado esperado em um menor prazo, para eles, compensa.
Outro motivo é o aumento da acessibilidade à esses investimentos. Até pouco tempo, para ter conhecimento de investimentos alternativos, a pessoa precisava pesquisar exaustivamente e realmente ir atrás das informações. Isso, claro, para as opções de investimento que existiam. As criptomoedas, por exemplo, só foram desenvolvidas em 2008, com o Bitcoin. Já hoje em dia, o acesso é muito mais fácil e popularizado, principalmente entre os jovens.
E, claro, também tem a questão da desconfiança. Desde que essa geração nasceu e começou a alcançar a maioridade, já houveram grandes crises financeiras, o colapso dos mercados de ativos digitais, uma pandemia e diversas demissões em massa em grandes empresas de tecnologia. É difícil culpá-los por exibirem certo nível de ceticismo quando o assunto é o mercado de ações.
E como podemos definir esses investimentos alternativos?
Como o próprio nome já diz, investimentos alternativos são investimentos que não pertencem a uma classe de ativo tradicional, como dinheiro, ações e títulos, mas que abrangem o espectro de risco, retorno e liquidez. Alguns exemplos são:
- Colecionáveis: Artes, antiguidades, livros raros, tênis, bolsas, relógios. As opções são várias para aqueles investidores mais cautelosos que desejam preservar capital em tempo voláteis.
- Imóveis: Os Millenials foram responsáveis por 43% de todas as compras de imóveis nos Estados Unidos no ano de 2021.
- Private Equity: Categoria ampla que se refere ao investimento de capital feito em empresas privadas, ou seja, aquelas não listadas em bolsa.
- Commodities: Ouro, petróleo e produtos agrícolas são alguns exemplos de matérias-primas usadas para fazer bens de consumo. Investidores geralmente escolhem colocar seu dinheiro nessa classe de ativos para também ter uma proteção contra a inflação e a volatilidade do mercado.
É importante lembrar, porém, que não é porque os investimentos são alternativos, que os riscos “tradicionais” deixam de existir. A imprevisibilidade dessas classes de ativos deve ser sempre levada em consideração para aqueles interessados, e a busca por alguém que possa ajudar a gerenciar os riscos da sua carteira, como um assessor de investimentos, é igualmente importante.
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