Por Fabiane Mariano

Economia deve se preparar para novo baque com efeitos climáticos severos.

As águas do oceano finalmente estão voltando às temperaturas normais após a virada da estação e encerramento do fenômeno chamado El Niño. Podemos respirar aliviados que o pior já passou? Parece que não. O efeito inverso promete aparecer nos próximos meses com o El Niña, ou seja, um resfriamento acima do normal das águas do oceano. Quais as consequências? Chuva acima da média no Norte e Nordeste do Brasil e graves secas do Sudeste e Sul. De acordo com o Centro de Previsão do Clima norte-americano, a probabilidade do fenômeno de fato acontecer é de 62%.

Por trás de um grande homem, há uma grande mulher?

Ao que parece sim. Os efeitos do El Niño na agricultura, e consequentemente na economia, foram moderados – exceto pelo grande impacto no RS  – mas as incertezas voltam com o potencial abalo causado pela versão feminina do evento climático. A preocupação é ainda maior pois a região mais afetada pela El Niña é, normalmente, a do Sul do país, mas não pelas fortes chuvas e sim pela prolongada estiagem. As consequências podem ser piores pela situação já debilitada do Rio Grande do Sul devido as fortes chuvas que atingiram todo o estado em maio.

Embora haja preocupação, nos últimos anos o Brasil tem garantido uma boa colheita apesar das influências climáticas, isso porque outras regiões compensam as perdas daquelas que sofrem algum tipo de dificuldade. Na safra passada, apesar da queda da região Sul, Centro-Oeste e Norte produziram bem, levando o país a um recorde.

Países e empresas mais afetadas:

De acordo com o relatório da XP Research, os efeitos negativos devem acontecem principalmente nos EUA (pelos furacões) e Austrália, com a perspectiva do El Niña acontecer no início do segundo semestre. Já pelo lado positivo, com o aumento de chuvas, o Sudeste Asiático e a Índia podem se beneficiar. Veja as ações que podem sofrer alterações com o fenômeno climático:

TTEN3 – 3Tentos Agroindustrial (previsão de efeito negativo)
SLCE3 – SLC Agrícola (previsão de efeito positivo)
AGRO – Adecoagro (previsão de efeito positivo)
SMTO3 – São Martinho (previsão de efeito negativo)
JALL3 – Jalles Machado (previsão de efeito negativo)
RAIZ4 – Raízen (previsão de efeito negativo)

Tem dúvidas de como se proteger, ou até aproveitar, o período através dos investimentos? Procure seu assessor de investimentos. E um meteorologista.