Por Julia Gonzatto
Se você acha que futebol e política são os únicos assuntos que não devem ser mencionados na mesa de jantar, é porque nunca tentou debater o polêmico: horário de verão.
Apesar de não ser uma invenção brasileira, o horário de verão foi adotado no Brasil pela primeira vez em 1931 (quase um século atrás). Até 2019, quando o sistema foi descontinuado, era comum que todos os relógios fossem adiantados em 1h durante os meses mais quentes do ano. Esse acordo coletivo surgiu com um simples objetivo: ajudar a economizar energia durante o verão, quando os dias já são naturalmente mais longos, as noites mais curtas e a iluminação natural pode ser melhor aproveitada.
Amado pelos que chegam tarde em casa e odiado pelos que saem cedo.
Em 2014, ano em que ainda estava sendo implementado, o horário de verão chegou a gerar uma economia de R$405 milhões, segundo a ONS (Operador Nacional de Sistema Elétrico). Entre os meses de outubro e fevereiro daquele ano, a redução da demanda por energia no horário de pico de consumo foi de 2.565 megawatts. Em 2013, ela chegou a 2.477 megawatts, ou 4,5% do consumo, o que resultou na economia de R$200 milhões.
Mas se ele era sempre benéfico e nos ajudava a economizar dinheiro, por que não está mais em vigor?
O Ministério de Minas e Energia, informou que o suprimento energético do país anda estável e que as reservatórias das usinas hidrelétricas, por exemplo, estão nas melhores condições de armazenamento de água nos últimos anos. O aumento da oferta de energia elétrica (com o uso de usinas eólicas e solares) também ajuda no argumento de que a implementação do horário de verão talvez não seja mesmo necessária em 2023.
Além disso, quando esse sistema foi implementado inicialmente, era fácil de perceber que a concentração no consumo de energia se dava no horário entre 18h e 20h, o famoso horário de pico, quando a maioria dos trabalhadores chegavam em casa e ligavam suas luzes e eletrodomésticos – todos ao mesmo tempo. Nos últimos anos, porém, houve uma mudança nesses hábitos e padrões. Agora, o uso da eletricidade costuma ser mais bem espalhado ao longo da tarde, principalmente por causa da intensificação no uso do ar-condicionado. Muitos também costumam ter um horário flexível ou nem costumam mais sair de casa para trabalhar.
Além disso, as luzes mais populares na época eram as incandescentes. Hoje em dia, as fluorescentes, muito mais econômicas, são utilizadas na maioria das residências e ajudam com os valores da conta de luz.
O que começou como uma medida para aliviar o setor elétrico e aumentar a economia, se tornou, acima de tudo, uma questão de hábito. Muitos gostavam de aproveitar o período mais quente do ano para curtir o fim de tarde mais longo, com sol até as 19h.
Como o Brasil ainda está sem planos para voltar com o horário de verão, pelo menos aqueles que reclamavam de ter que levantar cedo e não ver o sol, vão ter mais tempo para aproveitar a luz do início da manhã.
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