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- Bateu a Bet: na contramão da educação financeira, jogos on-line ameaçam recuperação do consumo

Brasileiros abrem mão de lazer e educação por sorte
Por Fabi Mariano
Uma verdadeira pandemia e mais rápida que o coronavírus. Assim definiu bem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o crescente vício dos brasileiros em plataformas de jogos on-line que já atinge 52 milhões de brasileiros. Para entender o tamanho do problema, vamos fazer uma comparação: atualmente, 2,95% da população brasileira investe na bolsa de valores e 15% jogam ou já jogaram em casa de apostas. Assustador, não é? Mais comparações? Os jogos on-line movimentaram no ano passado, R$50 bilhões, já as exportações de carne bovina do Brasil, um dos maiores do mundo no setor, foram de R$45 bilhões. E de onde vem o dinheiro dos brasileiros para a “diversão” on-line? Do consumo e da educação e é aí que o problema começa a ficar ainda maior.
Em estudo recente, a Educa Insights, descobriu que 35% dos potenciais universitários desistiu de cursar o ensino superior por perderem o dinheiro para o curso em bets e demais plataformas de jogos, como o Tigrinho. Esse número significa 1,4 milhões de pessoas a menos nas faculdades do país. Um fator ainda preocupa ainda mais nesse dado, desses 35%, 39% do público é família com renda de até R$2,4 mil por pessoa, e 41% com renda de até R$1 mil, ou seja, o impacto é maior em famílias de baixa renda, mas atinge todas as classes sociais. Quem já ingressou no curso superior também está trocando a educação por jogos, o setor de livros e materiais universitários já sente a concorrência. A expectativa é que o mercado de apostas esportivas no Brasil movimente R$130 bilhões em 2024, ou seja, quase 1% do PIB do país. E não é só a educação que está sendo deixada de lado, de acordo com levantamento da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), 76% dos gastos das famílias de baixa renda que seriam destinados a cultura e lazer e 5% da alimentação estão sendo usados para apostas on-line.
Como virar o jogo? Regra neles!
Além de falar muito sobre o assunto e ampliar a importância da educação financeira, a regulamentação dos sites de apostas pode ajudar a reverter o efeito “desconto hiperbólico”, que nada mais é que a preferência cognitiva humana para recompensas imediatas ao invés de recompensas futuras, por isso tantas pessoas são atraídas pela possibilidade de ganhar dinheiro fácil e rapidamente. No governo, as movimentações já começaram. A secretária de Prêmios e Apostas, ligada ao Ministério da Fazenda, publicou portaria que dá prazo até o primeiro dia de outubro para o fechamento de casas de apostas que não se regularizam junto ao governo. Até o final de agosto, o ministério recebeu 113 pedidos de autorização de empresas que querem atuar no setor. Outras medidas para contar o crescimento e impacto das Bets estão sendo consideradas, como a proibição do uso de cartão de crédito para apostas e comunicação massiva para prevenção de endividamento e vício nas plataformas.
A InvestSmart reage: primeiro escritório de assessoria dentro de universidade é inaugurado
Diferentemente dos jogos de azar, a InvestSmart, maior assessoria de investimentos da XP aposta na educação para mudar a vida financeira e social das pessoas. Em iniciativa inédita, o escritório inaugurou na segunda-feira, 16 de setembro, uma “filial” dentro da Unisuam, tradicional universidade carioca. Além de levar a oportunidade real de uma carreira no mercado financeiro para os alunos, a medida ajuda também a levar educação financeira para toda a comunidade envolvida com os alunos do ensino superior. E não deve parar por aí. O projeto, chamado Smart Campus, deve ampliar seu alcance e parceria com outras universidades por todo o Brasil. Como se não bastasse, a transformação social também é um objetivo do projeto, que irá reverter parte do lucro conquistado no espaço da faculdade em bolsas de estudo para estudantes da região do Campus, em Bonsucesso.
O escritório físico contará com 40 vagas para a atuação dos novos assessores de investimento, que trabalharão com horário flexível e terão a liderança de um assessor da InvestSmart, que estará diariamente no local para oferecer suporte e orientação. E, para expandir ainda mais o alcance dessa oportunidade, haverá vagas para estudantes (inclusive das outras unidades da Universidade) trabalharem 100% remoto.
“Nosso objetivo é posicionar a InvestSmart como referência na formação de assessores de investimentos. Por isso, estamos ampliando nossa presença em instituições como a UNISUAM. Nossa missão é oferecer aos alunos oportunidades valiosas para obter sua primeira experiência e garantir uma sólida entrada no mercado financeiro”, conta Bruno Hora, Diretor de Expansão da InvestSmart.
Contra aos impactos sociais das Bets: educação!
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