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Festival de música completa 40 anos com receita de sucesso
Por Fabi Mariano
Muito mais que música. Se há 40 anos, em sua primeira edição na década de 80, o Rock in Rio iniciava sua jornada com pouca estrutura e muita lama, atualmente o cenário é bem diferente. Diferentemente dos 10 dias ininterruptos da primeira edição e com apenas uma grande marca por trás – a Brahma – na edição de 40 anos de 2024, o Rock in Rio se firma como um festival de música, mas também de publicidade. São 85 empresas com 130 ativações diferentes dentro da cidade do Rock, entre elas, grandes nomes como: Itaú, Coca-cola, Volkswagen, Natura, TIM, Ipiranga, Heineken, C&A, Doritos, Prudential, Seara, KitKat, entre outras. De acordo com a diretora de marketing do evento, Ana Deccache, as marcas investem cerca de R$510 milhões no Festival, a produção, chefiada pela família Medina, participa com R$500 milhões para fazer toda a estrutura funcionar, ou seja, atualmente mais da metade dos custos do Rock in Rio vem de marcas patrocinadoras. A cada ano, o investimento das empresas aumenta e vai além das cotas de patrocínio: brindes, experiências imersivas e até palcos próprios estão nos esforços das marcas para chamar a atenção de um público cada vez mais exigente.
Quer investir em quem investe na música? Confira algumas empresas que estão no Rock in Rio e na bolsa:
1 – TIM (TIMS3)
2 – Ultrapar (UGPA3)
3 – C&A (CEAB3)
4 – Natura (NTCO3)
5 – JBS (JBSS3)
A vida começa aos 40: os números impressionantes do Festival
É inquestionável que o projeto Rock in Rio deu certo, afinal, os números não mentem. Confere essa conta:
40 anos / em 24 edições = 265 mil empregos + 12.3 milhões de pessoas na plateia + 4.666 artistas contratados
Sucesso!
O Rio ganha, mas o público que lute!
Se os números do Festival impressionam, o impacto econômico na capital fluminense não é diferente. Com o público estimado em 760 mil pessoas, o evento deve bater recorde no valor gerado para a cidade maravilhosa, R$2,9 bilhões de acordo com a perspectiva da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os hotéis e passagens aéreas são os maiores beneficiados com a movimentação, a média de ocupação dos hotéis cariocas está em 75%, chegando a 85% na Barra/Recreio, bairros próximos à cidade do Rock. A expectativa é que nos finais de semana esse número chegue a 95% de ocupação total. Já os aeroportos cariocas também vivem um momento excepcional, são estimados 380 voos extras para atender os 47 mil passageiros durante os 7 dias de eventos, isso representa 200% de crescimento comparado a edição anterior, em 2022. De onde vem essa galera? São Paulo, Salvador, Florianópolis, Belo Horizonte e Curitiba são os principais pontos de origem.
A inflação no palco principal!
Alta demanda, você sabe o que acontece com os preços. O valor da hospedagem aumentou 79,5% e as passagens aéreas, 26,8%. No Festival, os valores para alimentação e bebida também estão acima: uma cerveja, por exemplo, custa R$19 e uma pipoca pode chegar a R$60. Pontos de hidratação espalhados pelo evento garantem água gratuita para o público, e até nisso, os números impressionam: são 120 mil litros de água e 600 mil copos biodegradáveis para garantir o bem estar dos fãs.
Então, como controlar os gastos e curtir a música sem prejudicar o bolso? Algumas dicas simples podem auxiliar para manter a conta em dia, entre elas, a mais importante é: estabeleça um limite de gastos. Além disso, dividir a diversão, os perrengues, o transporte e os gastos com amigos, pode aliviar pra todo mundo e tornar a experiência mais leve, financeiramente, inclusive. Não levar cartão de crédito pode ser também uma boa decisão, assim, você evita gastar por impulso e mantém a razão no controle, com dinheiro já limitado com o que você decidiu gastar. A opção de levar de casa seu próprio lanche, mediante a regra do festival, também ajuda para economizar em um cenário de preços inflacionados. Outra dica importante é: prepare-se para o que pode dar errado! Muito calor? Leve proteção solar e garrafa de água para repor nos pontos gratuitos. Fechou o tempo? Nada de comprar a capa de chuva lá dentro, garanta a sua na bolsa. Pronto! Você está preparado para curtir o Rock in Rio sem surpresas na vida financeira.
Curiosidade bônus: Um CEO ou um rockstar misterioso?
Todo mundo tem o sonho de ser um rockstar? Até os grandes executivos de empresas? Parece que sim. No dia do evento teste do Rock in Rio, no dia 11 de setembro, um momento inusitado chamou a atenção, nada mais, nada menos que uma banda montada com os principais empresários e CEOs das marcas patrocinadoras do evento fizeram uma apresentação no Palco Sunset, o segundo maior do festival. A banda, denominada The Clevel, teve como integrantes: Alberto Griselli, CEO da TIM, no teclado; Ciro Possobom, CEO da Volkswagen Brasil, na guitarra; João Johannpeter, neto de Jorge Gerdau, também na guitarra; Luiz Justo, CEO do Rock in Rio, no baixo; e Zé Ricardo, produtor musical e curador do Rock in Rio no vocal. Criada especialmente para a ocasião, a banda tocou grandes clássicos do rock mundial como: Brick in the Wall” (Pink Floyd), “Highway to Hell” (AC/DC) e “Pro Dia Nascer Feliz” (Barão Vermelho). Parece que por baixo dos ternos e gravatas existem bandanas e correntes. Viva o Rock!
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