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- Violência patrimonial em discussão após denúncias de famosas
Por Fabi Mariano
Muito mais que fofoca
As vidas das celebridades sempre chamam atenção e, frequentemente, viram assuntos que dominam as manchetes e debates públicos. Desta vez, não é diferente. Desde o caso Larissa Manoela e os pais com forte repercussão no dominical “Fantástico”, até os mais recentes da apresentadora Ana Hickmann e da cantora Naiara Azevedo, o relatos têm um ponto em comum: a violência patrimonial. Você sabe o que é? E, principalmente, como se proteger ou ajudar alguém? Vamos falar sobre o assunto.
Como toda violência: tem poder envolvido
Manipulações, ameaças, privação, apropriação indébita, a violência patrimonial pode se manifestar de diferentes maneiras. Pode ser sutil ou bastante evidente. Em termos gerais, consiste em uma série de práticas que restringem, negam ou subtraem recursos financeiros de um indivíduo. Pode também se caracterizar pelo impedimento de exercer uma profissão ou construir uma carreira. Além de prejudicar a vida financeira da vítima, a violência patrimonial também gera danos psicológicos graves, como abalo de autoestima e perda da confiança em si.
A longo prazo, a vítima se torna dependente economicamente do agressor e pode sofrer com um ciclo de medo e submissão. A percepção deste tipo de violência pode ser difícil, já que acontece na esfera íntima entre cônjuges e familiares. Por isso, falar sobre o assunto e ter profissionais para instrução de boas práticas financeiras pode ajudar vítimas e também na prevenção deste tipo de abuso.
Mas, como identificar? Alguns comportamentos que merecem atenção são:
- Usar bens materiais do parceiro(a)/ familiar sem consentimento
- Quebrar itens pessoais
- Invadir a privacidade, como uso do celular sem autorização, compartilhamento de senhas e envio de mensagens em nome do outro
- Aprender e falsificar assinatura de alguém
- Receber benefícios financeiros em nome de outra pessoa, aposentadoria, por exemplo
- Não pagar pensão alimentícia para os filhos
- Fazer empréstimos e dívidas no nome de alguém
- Negar acesso a extratos e documentação
- Impedir o trabalho de alguém
Estes são alguns comportamentos que merecem atenção e devem ser questionados e resolvidos!
Como se proteger e ajudar alguém? Conhecimento é poder!
Entre as principais vítimas de violência patrimonial estão idosos e mulheres. Fatores como isolamento social, abuso familiar e machismo favorecem esse tipo de crime previsto na Lei Maria da Penha.
Para evitar que esses casos ocorram, alguns passos podem ajudar. Vamos saber quais?
- Conhecimento: a educação financeira é essencial para evitar práticas manipuladoras de pessoas próximas. Conhecer as leis, os direitos e até mesmo os artifícios usados para esse tipo de violência permitem a ação mais rápida e assertiva da vítima.
- Documentos: para provar qualquer abuso e ter acesso transparente sobre sua vida financeira, documente e guarde todas as transações, compras, extratos, contratos, etc. Toda documentação é essencial para se proteger de qualquer violência.
- Transparência: desconfie de qualquer investimento, movimentação bancária e gastos que você não saiba exatamente do que se trata. Lembre-se que relacionamentos saudáveis são pautados pela comunicação, confiança e transparência. Sinta-se seguro com quem você divide sua vida financeira.
- Independência: se possível, busque manter o controle da sua vida financeira sozinho. Tenha uma fonte de renda própria e mantenha uma reserva de emergência que só você tenha acesso. Isso evita situações de submissão e não te deixa vulnerável em qualquer circunstância.
- Bons profissionais: ter uma equipe especializada para ajudar na sua vida financeira é fundamental para identificar desvios de padrão e ter orientação sobre boas práticas para se proteger de qualquer violência patrimonial. Consulte profissionais confiáveis e com boa reputação de mercado, eles certamente são um escudo para evitar perdas e desgastes.
A violência patrimonial abala profundamente a saúde mental das vítimas e sua qualidade de vida. Além disso, é bastante complexa emocionalmente, pois na maioria dos casos, envolve relações pessoais íntimas com quem se tem fortes laços sentimentais. Por isso, é necessário ter ajuda profissional e conhecimento sobre o assunto para evitar ciladas.
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