
Por Julia Gonzatto
O gosto meio amargo do Halloween 2024!
Também conhecido como Dia das Bruxas, o Halloween é tradicionalmente comemorado no dia 31 de outubro. Apesar da festa, hoje, estar presente em diversos países ao redor do mundo, ela teve origem na Irlanda, a partir de um festival celta. No século XX, ela foi levada por imigrantes para os Estados Unidos, onde começou a se popularizar globalmente. Desde então, a comemoração tem um impacto muito forte na cultura e na economia norte-americana.
Por isso, não vem como uma surpresa o fato dos norte-americanos baterem recorde atrás de recorde quando o assunto é gastos no Halloween. Em 2023, foram US$12 bilhões. Em 2022, US$10,6 milhões. Entre as despesas mais comuns nessa época do ano, estão a compra e distribuição de doces (68%), a decoração da casa e jardim (53%), e o investimento em fantasias (cerca de 50%).
Mas o que vinha crescendo e se tornando um cenário cada vez mais positivo, teve um choque negativo em 2024. Esse ano, a aposta é que o Halloween seja mais travesso do que doce, com o consumo voltado para a data comemorativa diminuindo consideravelmente, segundo a Bloomberg News. Dados da National Retail Federation apontam que os gastos esse ano totalizaram ‘apenas’ US$11,6 bilhões (uma queda de 5%). O motivo para essa mudança? A frustração dos consumidores com o preço dos bens e serviços.
Os dados da NRF também indicam que o gasto médio dos americanos deve se manter nos US$103,63 por pessoa, US$4,62 a menos do que foi ano passado. Entre todas as categorias, os gastos com doces continuam sendo os mais populares entre os consumidores, com estimativa de US$3,5 bilhões, segundo uma pesquisa da Prosper Insights & Analytics.
Erica Weisgerberg, sócia do escritório Debevoise & Plimpton, afirmou para o E-commerce Brasil que a “inflação, altos custos operacionais e a redução dos gastos dos consumidores têm sido especialmente desafiadores para os varejistas físicos, enquanto os varejistas online enfrentam uma forte concorrência de gigantes do comércio eletrônico, como a Amazon“.
Para acompanhar a sequência de notícias não tão boas assim, um dos doces que mais se destaca nas cestas dos norte-americanos, o chocolate, também está sofrendo em 2024. A CNN compartilhou que os preços do cacau dobraram no início do ano e permaneceram em níveis recordes desde então. Fenômenos climáticos adversos atingiram regiões famosas pela produção de cacau, como a África Ocidental, por exemplo, e causaram ondas de calor e chuvas torrenciais, afetando o fornecimento global da fruta. Esses preços crescentes obrigaram os confeiteiros a pensar em maneiras criativas de lidar com a falta de cacau e a queda da produção. Ou seja, é provável que os consumidores encontrem barras de chocolate menores, sabores diferentes e até doces que não incluem o cacau nas prateleiras do mercado.
Isso significa que o Halloween esse ano vai ser menos animado? Não necessariamente.
A Prosper Insights & Analytics mostra que 72% dos consumidores americanos ainda planejam comemorar a data esse ano (número parecido aos 73% do ano passado), mesmo com os preços elevados. Os apaixonados pelo Halloween, inclusive, começam as suas compras antecipadamente – 47% dos entrevistados já tinham investido em decorações, doces e fantasias antes do mês de outubro, enquanto esse número era de apenas 37% há cinco anos atrás.
Mesmo com um gostinho mais amargo este ano, os amantes do Halloween estão prontos para manter a tradição viva. Afinal, quando se trata da data mais “assombrada” do ano, nem preços assustadores vão espantar o desejo de celebrar.
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