Por Fabi Mariano
Para os ganhadores do Nobel de Economia, sim!
Trio levou maior prêmio global com estudo sobre a relação das instituições políticas e sociais e a prosperidade
Na última segunda-feira, dia 14, foram anunciados os vencedores do prêmio Nobel de Economia de 2024, o trio formado por Daron Acemoglu, Simon Johson e James Robinson foi eleito pela Academia Real de Ciências da Suécia e irão dividir 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6 milhões). O tema do estudo campeão do ano foi “como as instituições são formadas e afetam a prosperidade”. De acordo com as pesquisas dos vencedores, a grande diferença entre os países que crescem economicamente e os que ficam para trás é a forma como as instituições sociais e política foram introduzidas durante a colonização. O estudo do trio concluiu que quanto mais inclusivas as sociedades se organizam mais prosperam, enquanto nas que se desenvolveram e permaneceram extrativas, ou seja, com alta concentração de poder e renda, o crescimento econômico se mantém baixo. A novidade que o trabalho dos laureados apresenta é de afirmar que esse quesito influencia mais, ou tanto quanto, que questões como clima, cultura e agricultura. Para provar este ponto, os pesquisadores fizeram uma comparação com duas cidades homônimas, Nogales – uma no Arizona, nos EUA e uma ao sul do México. A forma como os países foram colonizados têm forte impacto na maneira como se estabeleceram e criaram as dinâmicas econômicas e sociais de cada país.
E o Brasil com isso?
Tudo a ver com o Brasil. Os ganhadores do Nobel já fizeram declarações contundentes sobre o nosso país. E a notícia não é boa, para os pesquisadores, o Brasil corre o risco de destruir a sua democracia o que poderia render atraso econômico. De acordo com James Robison, em entrevista para o jornal Estadão em 2022, o Brasil não consegui fazer a transição de instituições extrativistas para inclusivas e, por isso, o país está “preso a uma sociedade e Estado fracos”. Para os premiados, essa não é uma questão apenas para o Brasil, mas para toda a América Latina, que sofre com a falta de competência do Estado e uma certa inércia da sociedade que não tem força coletiva para influenciar ou controlar os governos que elegem. Para resolver essa questão, Robison acredita que seja fundamental levar mais transparências para as instituições políticas brasileiras e combater as práticas corruptas. Apostar em políticas de distribuição de renda e programas de inclusão de parcelas minoritárias da população no mercado de trabalho também são vistos com bons olhos para os laureados da economia. O equilíbrio entre governo forte e sociedade atuante é, para os escritores, a verdadeira liberdade social que viabiliza o desenvolvimento econômico de qualquer país.
Nobel acessível!
Diferentemente de outros casos de premiação do Nobel, os pesquisadores premiados neste ano são acessíveis e estiveram constantemente na mídia com entrevistas e lançamentos de livros que foram sucesso de vendas com diferentes temáticas, como liberdade e controle do estado, concentração de poder e avanços tecnológicos. Assim, fica mais fácil conhecer de perto as ideias dos autores. Conheça algumas publicações do trio disponíveis no Brasil:
– Por que as nações fracassam: as origens do poder, da prosperidade e da pobreza: Nesse clássico moderno da economia e das ciências humanas, Daron Acemoglu e James A. Robinson investigam a história de civilizações separadas tanto pelo tempo quanto pela geografia para responder a uma questão que há séculos intriga os estudiosos: por que algumas nações são ricas e outras são pobres?
Por meio de uma teoria de base universal, os autores afirmam que as estruturas sociais criadas pelo homem são o que sustenta o sucesso econômico ― e o fracasso ― das nações. Os países só escapam à pobreza quando dispõem de instituições adequadas, com a preservação do direito à propriedade privada e da livre concorrência.
– O corredor estreito: Estados, sociedades e o destino da liberdade: Daron Acemoglu e James A. Robinson fazem um levantamento das formas que a relação entre sociedade e Estado podem tomar a partir de uma base elementar: a liberdade — ou a ausência dela.
No centro de sua teoria, explicam que a liberdade só é mantida por meio de um embate constante entre a população e quem a governa. Se um Estado forte é necessário para conter a violência, impor a ordem, fomentar a prosperidade econômica e oferecer meios para que a população possa seguir os caminhos que escolher, é igualmente importante uma sociedade forte e mobilizada para controlar e limitar os excessos do poder estatal.
– Poder e progresso: uma luta de mil anos entre a tecnologia e a prosperidade: A partir da análise de mil anos de história, aliada ao exame de evidências contemporâneas, Daron Acemoglu e Simon Johnson, professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), mostram como o progresso depende das escolhas que fazemos sobre o uso e os avanços da tecnologia. Novos modos de organizar os processos produtivos e novas formas de comunicação podem, a princípio, se tornar a base de uma sociedade mais próspera e igualitária. Na prática, no entanto, esses avanços servem apenas aos interesses de uma pequena elite que detém os meios de produção e de poder. Ou seja: a adoção de mais tecnologia não implica necessariamente mais progresso.
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