Por Henrique Elias

Você já parou em algum momento para pensar se está vivendo com propósito ou apenas passando um dia após o outro? É uma pergunta forte para começar uma conversa, eu sei… Mas, se você conhece o trabalho de Mario Sergio Cortella, com certeza a resposta é sim! O filósofo, escritor e educador realiza palestras que estimulam esse tipo de reflexão existencial. E alguns desses conteúdos estão presentes em seu livro “Por que fazemos o que fazemos?”, publicado pela Editora Planeta.

Na obra de Cortella, podemos encontrar diversos assuntos que não temos o hábito de investigar no cotidiano, o que traz o risco de usarmos o piloto automático na nossa própria trajetória. Vou citar os três temas que julguei mais interessantes no momento de vida em que o li e evitam arrependimentos até hoje.

1 — Rotina não é monotonia

O que faz uma rotina profissional ser cansativa é a monotonia. Ter uma rotina pode ser algo altamente libertador, porque permite organizar as atividades e o tempo de forma inteligente, garantindo mais eficiência e segurança no que é feito.

Na boa rotina, fazemos uma atividade na sequência correta e a concluímos. Mas a motivação morre, independente da profissão, quando fazemos atividades sem perceber.

Você é distraído quando é capturado pela monotonia e uma das coisas mais perigosas em relação à monotonia é a distração. Ela faz com que você arrisque a sua integridade ou a estrutura do negócio, da operação do que está sendo feito. Devemos nos esforçar para não ser capturados pela monotonia sempre que possível.

2 — A origem da motivação

Não confunda motivação com estímulo! Algo externo pode me estimular e fazer com que eu ganhe força no que faço. Mas a motivação surge de dentro para fora. Quem está motivado faz mais do que a obrigação, porque a obrigação é um ponto de partida e não de chegada.

Embora a palavra “motivação” signifique mover, movimentar, fazer com que haja um ponto de partida para algo, ela é um estado interior.

O estímulo pode vir na forma de um prêmio ou retorno financeiro ou reconhecimento da qualidade de um profissional e sua contribuição. Mas uma pessoa motivada também procura a excelência além do mundo exterior. A expressão latina excellens significa “aquilo que ultrapassa” ou “aquilo que vai além”.

3 — Trabalho com significado

Quando desejamos uma vida mais consciente, precisamos ter razões que sejam mais sólidas do que só a necessidade de sobrevivência. Há momentos na vida em que sobreviver é a única alternativa. Mas para qualquer lugar, a melhor razão para continuar sempre será o desejo ao invés da necessidade.

Se acharmos que o sofrimento no serviço é a única realidade no dia a dia, não vamos viver uma experiência com maior densidade na eterna espera por “algo melhor”. Nós damos sentido para a experiência que temos e como elas nos formam.

O que queremos? Construir um patrimônio? Ascender na carreira? Qual é a finalidade daquilo que fazemos? A clareza das circunstâncias traz motivação e o propósito reordena nossas ações.

Enfim!

Percebeu que os três temas estimulam a busca por não exercer um trabalho automático e alienado? Nós fazemos o trabalho, mas, de certa maneira, ele também nos faz. Talvez a leitura completa do livro traga um pouco mais de sentido para as segundas-feiras.

Até a próxima indicação!