Por Juliana Magano

Soy loco por ti, América Latina

Não é de hoje que as riquezas da América Latina chamam a atenção do mundo. Porém, para ter acesso ao nosso potencial, não basta apenas aportar uma caravela na praia. É preciso investimento!

O mundo ainda está se recuperando dos gastos globais pós-pandemia. Nessa corrida, temas como matrizes energéticas sustentáveis e mudanças climáticas ganhou os holofotes, chamando atenção para a América Latina e Caribe.

Em 2022, os investimentos estrangeiros diretos (IED) superaram a marca dos US$ 200 bilhões pela primeira vez em 9 anos e ultrapassaram o valor de 2021 em 55,2%, de acordo com a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e Caribe (Cepal). Sendo assim, a recuperação econômica latina estabelece um importante marco de investimento para a última década.

Mas, o que o IED tem de especial?

Diferentemente dos recursos destinados puramente ao mercado financeiro, os IEDs são voltados para a criação de empregos. Para isso, os países injetam dinheiro em uma economia através da compra de empresas nacionais ou expansão das empresas estrangeiras em outros países, por exemplo.

Em 2022, o número de fusões e aquisições resultantes de IED aumentou 7%, com os valores referentes aos negócios disparando 57%. Somados, chegaram a US$ 30,5 bilhões ao ano. Mas, ainda somos a região com menor participação no fluxo mundial de investimentos estrangeiros direto, atraindo apenas 8% da soma de US$ 1,29 trilhão de investimentos globais.

Os maiores investidores estrangeiros na região são os Estados Unidos, representando 38% do total, e a União Europeia, com 17%. Já os investimentos estão distribuídos da seguinte maneira: 41% para o Brasil, 17% para o México, 9% para o Chile, 8% para a Colômbia, 7% para a Argentina e 5% para o Peru.

Apesar da economia da América Latina ser majoritariamente voltada para atividades primárias, os setores mais beneficiados no ano passado foram os de serviços e energia. A transferência de sedes para territórios latinos disparou após a desinstalação de empresas em Luxemburgo.

No Brasil, o volume de IED quase dobrou de 2021 para 2022, crescendo 97%. Já no México, o crescimento foi menor, subindo 14% em relação ao ano anterior. O foco nas terras brasileiras está em projetos do setor de energias renováveis, que podem desempenhar o papel de acelerar a transição energética e atender às demandas mundiais.

Quem diria que a energia seria o novo ouro mundial!?